Após alguns meses esperando mais detalhes sobre o documentário The Final Hours of Half-Life: Alyx, que havia sido anunciado juntamente do primeiro trailer do novo jogo VR da Valve, Geoff Keighley publicou seu olhar no funcionamento da Valve durante os dez anos que levaram ao lançamento do primeiro jogo single player da Valve desde Portal 2.
O texto de 25.000 palavras com elementos interativos entra em detalhes no desenvolvimento de diversos projetos cancelados, o atrapalhado desenvolvimento de seu motor de jogos, a Source 2, e como tentar construir uma fundação juntamente de um novo Left 4 Dead. um jogo de RPG inspirado por Elder Scrolls e Monster Hunter, e um Half-Life 3, com um fator maior de re-jogabilidade usando elementos, missões e objetivos gerados proceduralmente, mas mantendo os momentos de narrativa que marcam a série, porém, devido ao estado inacabado do motor que tornaria os dois projetos, todos foram cancelados em diferentes estágios, RPG passou alguns anos sendo desenvolvido, suas artes foram reaproveitadas depois para Dota 2, Left 4 Dead e Half-Life 3 tiveram dificuldades com funcionalidades e gameplay.
No período de 2014 até 2017 diversas tentativas de criar um novo título com foco em narrativa foram em vão, Marc Laidlaw tentou criar uma versão de Half-Life que se passaria inteiramente na Borealis, o navio cruseiro da Aperture Labs que é mencionado no Episódio 2, outras equipes criaram pequenas experiências utilizando assets de Half-Life 2, jogos de tiro em galeria, que seriam curtos e destinados a fazer parte do The Lab, o “Wii Sports” da realidade virtual. Em paralelo, um time criou um jogo com gráficos baseados em voxel e inspirado em Minecraft, que te colocaria numa parceria com um ser que te tentaria te ajudar a escapar de uma prisão, um enxerto de 4 páginas do roteiro do jogo está presente no documentário.
Todos estes projetos foram cancelados, exceto o projeto shooter que chamou a atenção de Robin Walker, shooter foi deixado de lado da coletânea The Lab, e foi a fundação do que eventualmente se tornou Half-Life: Alyx, após 4 anos de trabalho árduo de uma equipe de cerca de 80 pessoas, que inicialmente se propuseram a construir uma experiência de 4 a 5 horas de duração, que se estenderam para 12, até 15 horas conforme o time evoluiu o escopo do jogo e foi tendo ideias de cenários de gameplay que se saiam bem em testes de jogabilidade. Um único aspecto de Half-Life: Alyx incomodava os jogadores durante os previews que aconteciam no final de 2018: A história, que tinha passado por varias reestruturações, desde uma viagem no tempo para impedir que Gordon Freeman causasse a Ressonância em cascata que trouxe os alienígenas para a terra e atraiu os Combine, até a cenas de tortura por uma apologista dos invasores da terra, e um retorno ao inicio do jogo para evitar que os eventos do jogo acontecessem.
Esses arcos iniciais do jogo foram julgados péssimos para o padrão da Valve e fez com que os funcionários classificassem o jogo como o pior jogo do estúdio em narrativa, o que levou a volta de Jay Pinkerton e Erik Wolpaw para reescrever a narrativa do game, ao mesmo tempo que mantinham a estrutura de níveis do jogo, sem atrasar ainda mais o lançamento do game, que já tinha perdido a data de lançamento do primeiro hmd da Valve, o Index. Dado o sucesso do game, a equipe que trabalhou nos 4 anos de desenvolvimento de Alyx está ansiosa para criar uma nova aventura em City 17, e uma outra equipe tem trabalhado há dois anos em um outro projeto ultra secreto que deve ser lançado ainda esse ano.
Para mais detalhes, The Final Hours of Half-Life: Alyx está disponível na Steam por R$20,69, e além da incrível história de como a Valve conseguiu criar um dos melhores jogos de realidade virtual, também possui conceitos e artes jamais vistos de todos os diferentes períodos da construção do game, um soundboard com efeitos sonoros de Headcrabs e muito mais.